16 julho 2007

GUERRA DOS SEXOS

Há uma guerra muito mais antiga que a de cristãos e mulçumanos, muito mais sangrenta (pelo menos mensalmente) que a do Oriente Médio e que faz muito mais vítimas que todos os atentados terroristas juntos. Até por que ela dura milênios e ataca em todos os lares dos 4 cantos do mundo. Que guerra é esta? A Guerra dos Sexos.
Começou quando Eva (talvez num dia de extrema TPM) discordou de Adão (que teimava em ser o dono da verdade e mandão como só ele podia ser), quando ele teimou que ela não devia comer "aquela" fruta. Mas Eva, cansada dos desmandos do marido e de manter sempre a mesma dieta (afinal, poderia ser as laranjas as responsáveis por aquele aspecto horroroso de "casca" que estava se formando em suas coxas e bumbum), se rebelou. Caiu de boca na maça e adorou! Nada como um fruto proibido pra dar um up na rotina do casal.
E, assim, a guerra estava decretada. E, feliz ou infelizmente, dura até nossos dias. Ela é sutil, envolvente e, por que não, deliciosa. Homens e mulheres são tão diferentes, que acabam sendo indispensáveis um para o outro.
Quem não gosta do lado oposto que existe entre os sexos? Eles são durões, teimosos, relaxados, machistas. Preferem morrer perdidos a parar e pedir uma informação. Sofrem e se desesperam por causa de um jogo, mas parecem alheios às nossas cólicas e preocupações. Mas não se engane, eles só parecem alheios ao nosso universo. Nossa pluralidade, nossa meiguice, nossa maneira multicolorida (pasmem! eles só vêem 16 cores, pois pra eles salmão é peixe e goiaba é fruta) de ver o mundo os encantam. Eles ficam de 4, babando na gravata quando, mesmo parecendo sermos frágeis, temos força suficiente pra lutar, fazer jornada dupla (casa e empresa) e colocar um bebê no mundo.
Sabemos como ninguém convencê-los a fazer todas nossas vontades. E com um agravante: eles continuam pensando que são os donos da situação, os poderosos. Com nosso jeitinho doce, mandamos e desmandamos. Mas só as boas conseguem fazer isso sem parecerem mandonas e autoritárias - é uma arte. Mesmo delicadas, sabemos ser firmes e lutarmos pelo o que achamos ser importante, seja ser uma workholic vencedora, uma dona de casa exemplar. Não importa, quando queremos algo de verdade: somos as melhores! Não sei de onde vem tanta força. Talvez de anos fazendo dieta, passando privações, malhando contra a celulite (famoso efeito casca de laranja... até que Eva não estava de toda errada) e até lutando contra a gravidade.
Tá, tudo bem, somos complicadas também. Eu confesso! Emburramos por nada e, o pior, insistimos em dizer que não é "nada", quando estamos com tudo. E quanto mais eles insistem em perguntar, mais afirmamos... "nada", com a maior cara de desdém que sabemos fazer. Como se quiséssemos puni-los por serem tão pouco perspicazes, e não perceberem que cortamos as pontinhas do cabelo, mudamos o tom do esmalte ou preferiríamos ter ido ao japa, em vez de um boteco com os amigos (mesmo que não tenhamos dito nada quando ele perguntou onde queríamos ir).
Sem dúvida, eles são mais transparentes. Fiéis aos seus instintos e desejos. Talvez isso explique o porquê das coçadinhas em público, dos gases fora de hora e até dos xingamentos quando encontram amigos que adoram. Já repararam? Quanto mais ele gosta do amigo, mais baixo é o tratamento dispensado a ele. Mas não duvide dessa amizade só por isso. Eles seriam capazes de morrer a trair um amigo. Um "pouquinho" diferente de algumas mulheres, que fazem festinha, chamam de querida, mas dez passos depois está crucificando a suposta amiga ("credo, ela engordou"; "que relaxada, nem a raiz ela está pintando mais" e por aí vai o festival de carinho e respeito mútuo).
Mas não podemos negar que a natureza foi mais gentil com eles - não em relação ao formato de nossos corpos, porque mesmo amando aqueles braços fortes e mãos grandes, acho que não existe nada mais belo que seios firmes e bem torneados, bumbum redondinho e até nosso sexo que é todo certinho, sem nenhum adereço sobrando. Mas, em compensação, eles não têm estrias, flacidez, celulite e quando ficam barrigudos, dizem que é o charme da cerveja ou calo sexual. E nós temos que engolir. Aos 40, eles estão maduros e charmosos. Nós prestes a sermos trocadas por duas de 20.
E assim é a vida! Mas de batalha em batalha, ninguém abre mão dessa guerra. Porque não há nada mais gostoso que a confraternização no campo adversário. E alguém aí é louca de não querer dormir com o inimigo?

0 Comments: