A praga da década são os namorofóbicos. Homens e mulheres estão cada vez
mais arredios a título de namorado, mesmo que, na prática, namorem. Uma
coisa muito estranha.
Saem, fazem sexo, vão ao cinema, freqüentam as respectivas casas, tudo numa
freqüência de namorados, mas não admitem. Têm alguns que até têm o cuidado
de quebrar a constância só para não criar jurisprudência, como se diria em
juridiquês. Podem sair várias vezes numa semana, mas aí tem que dar uns
intervalos regulamentares, que é para não parecer namoro.
É tua namorada? - Não, a gente tá ficando. Ficando aonde, cara pálida?
Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento, como se o
título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de
propriedade. Devem temer que ao chamar de namorada(o) a criatura se
transforme numa dominadora sádica, que vai arrastar a presa para o covil,
fazer enxoval, comprar alianças, apresentar para a parentada toda e falar
de casamento.
- Não vai.
Não a menos que seja um(a) psicopata. Mais pata que psico. Namorar é leve,
é bom, é gostoso.
Se interessar pelo outro e ligar para ver se está tudo bem pode não ser
cobrança, pode ser SAUDADE, vontade de estar junto, de dividir.
A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo, menos chamar de
namorado. Pode viajar junto, dormir junto, até ir ao supermercado junto (há
meses!), mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO. Antes, o
problema era outro: CASAMENTO. Uiii. Vá de retro! Cruz credo! Desafasta.
Agora é o namoro, que deveria ser o test drive, a experiência, com toda a
leveza do mundo. Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de
relacionamento que possa durar mais que uma noite e significar um
envolvimento maior que saber o nome.
Do que o medo? Da responsabilidade? Da
cobrança? De gostar? Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter
cuidado. Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito,
carinho, cuidado...
Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia e no outro
finge que não conhece e isso não dói ? Não é porque "a gente ta ficando"
que o outro passa a ser mais um número no rol das experiência sexuais - e
só.
Ou é? Tô ficando velho(a)? Paciência. Vamos NAMORAR em toda a sua essência.
Curtir, cuidar, respeitar... Se preocupar, tá junto, conhecer o outro.
Vocês "ficantes" estão perdendo o que existe de mais bonito e gostoso num
relacionamento num Namoro que é a cumplicidade... A magia, o encanto, a
conquista, o Amor!!!
Pensem nisso e Namorem pra valer.
22 setembro 2008
A "praga" da década!
Publicada por Erna Becker à(s) 14:43
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